Ao longo dos anos, as experiências promovidas fora da escola, como passeios, viagens ou semanas de estudos têm se revelado uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento pessoal e coletivo das turmas envolvidas nesse processo. Através da abordagem do aprender fazendo e da experimentação pragmática dos conceitos científicos, essas semanas proporcionam atividades de campo que se tornam inesquecíveis na vida de cada participante. Essa abordagem permite uma conexão do conhecimento acadêmico com a realidade, combinando os componentes específicos do currículo com habilidades essenciais, como a resolução de problemas, a resiliência e a empatia.
Cada atividade é desenvolvida de acordo com o esperado para a necessidade de cada grupo, considerando sua faixa etária. Vale a pena mencionar algumas experiências que ilustram essas etapas do desenvolvimento. Quando mais novos, dormir na escola, fazer compras para o jantar coletivo e cuidar de seus pertences são passos importantes na conquista da autonomia. No ensino médio, os alunos têm a oportunidade de acampar de verdade, enfrentando desafios e situações que exigem soluções criativas ao longo dos dias de convivência. Ao interpretarem as necessidades cotidianas e encontrarem maneiras de superá-las, eles desenvolvem uma melhor compreensão do mundo e constroem sua própria narrativa.
Desde a simples montagem e desmontagem de barracas até a percepção da complexidade de conviver harmoniosamente consigo mesmo, com os outros e com o ambiente, essas experiências trazem à tona observações sobre as limitações e habilidades individuais necessárias para as atividades propostas. É comum observar um desenvolvimento perceptível, quase instantaneamente, com as descobertas individuais e a superação de desafios pré-estabelecidos. Além disso, as iniciativas de cooperação e interação com as comunidades locais, durante as atividades, são excelentes oportunidades para exercer a cidadania, solidariedade e colocar em prática valores estimulados ao longo dos anos. Os diálogos e as trocas socioculturais presentes nessas semanas de estudos têm um grande e inestimável valor para o crescimento humanitário de todos os envolvidos. Com o passar dos anos, são cada vez mais evidentes o acolhimento e a responsabilidade socioambiental incorporados às vivências das turmas.
Ao organizar essas experiências em consonância com o currículo escolar diário, cria-se uma coleção de vivências, que proporcionam aos alunos, independentemente do ano ou idade, um sólido sentimento de autonomia, conhecimento e confiança. Esses elementos acabam por unir o pensamento lógico-analítico a um notável crescimento sociocultural, permitindo assim a sua emancipação.
João Paulo Botelho - Coordenador de projetos na empresa “Na Estrada Tour” - parceira da ESB Rio de Janeiro.