Ex-aluno ESB Rio de Janeiro lança seu primeiro livro.

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Ex-aluno da ESB Rio de Janeiro, Gabriel Abreu, relata a importância da sua ex-professora, D. Fátima, na sua trajetória.

Há alguns anos, minha antiga professora de português, Dona Fátima, me chamou para falar sobre escrita para uma turma de ensino médio da ESB Rio de Janeiro. Eu havia acabado de me formar em hotelaria, voltara há pouco para o Brasil depois de alguns anos morando fora, e escrevia apenas uns textinhos em um blog que mantinha com amigos. Sentia-me tão distante da literatura que chegava a duvidar de qualquer indício de que ela fazia parte da minha vida. Ainda assim, Dona Fátima me chamou e eu fui.
 

Não me lembro bem, mas do jeito que sou devo ter me preparado por dias, escrito um texto sobre o prazer da leitura e da escrita, aflito pelo “dever” de inspirar jovens 3 ou 4 anos mais novos que eu. Certamente fiquei nervoso, é provável que tenha dito algumas besteiras. Mas me lembro daquele dia até hoje. Do orgulho que senti de mim mesmo.
 

Este ano publiquei meu primeiro romance, “Triste não é ao certo a palavra", pela Companhia das Letras, e nunca tive tanta certeza da importância das pessoas que acreditam em nós. Que investem na gente, não só no banal sentido financeiro da palavra, mas em todas as suas outras importâncias: de tempo, cuidado, afeto. Sou imensamente grato à Dona Fátima e a todos os profissionais dessa escola que me formaram com seu exemplo de dedicação, integridade e cidadania e que me mostraram que eu tinha algo a dizer.

Gabriel Abreu - ex aluno ESB Rio de Janeiro e autor do livro "Triste não é ao certo a palavra"

 

SOBRE O LIVRO:

Um mosaico que extrapola a forma narrativa para construir um retrato delicado mas feroz sobre legado, memória e amor na relação entre mãe e filho.

Um diário, centenas de fotografias e sessenta e oito cartas é tudo que G. tem de sua mãe, além das lembranças de um passado comum. A caixa de papelão que contém todos esses elementos guarda também as expectativas e as angústias de um filho que tenta construir sua própria identidade e recuperar o contato que se faz ausente.

Partindo em busca dessa mulher – de quem ela foi antes da maternidade, da mãe que nasceu com ele, dos mistérios da individualidade –, G. revira bulas de remédio, diagnósticos médicos, mapas astrais, redige cartas, e-mails, questiona a si mesmo. E conclui: "Escrevo e envio esta carta para você para tentar reencontrar, em minha própria voz, a tua."

Neste sensível e ousado romance de estreia, Gabriel Abreu monta um emocionante quebra-cabeças de registros, afetos e lembranças que apenas um filho, em vias de perder a mãe, pode ter.

 

"De uma angústia tão delicada quanto a própria estrutura da memória, Triste não é ao certo a palavra é sobre dar voz. Ao filho, enquanto ele ainda não aprendeu a falar. À mãe, a partir do momento em que ela já não pode mais falar. Já, ainda. São modos de imergir no tempo que Gabriel integra, aproxima, transpõe. Este livro é todo pelo desejo de dar borda, narrar a mãe adentrando seus arquivos é uma estratégia lírica de tornar a mãe possível, continuamente." — Aline Bei

 

"Gabriel Abreu inventa neste livro uma nova língua, a dos sentimentos indizíveis. Um livro único, feito por um raro observador das emoções humanas." — Juliana Leite

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